quarta-feira, novembro 22, 2006

Mau Exemplo

Coluna de hoje do Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo.

Mau Exemplo

"Estou chegando de paris, onde passei uma semana. Fui participar da reunião de pauta de uma revista acadêmica chamada Hermes. Aproveitei para acompanhar as primárias do Partido Socialista, que resultaram na escolha de Ségolène Royal como candidata a presidente da República. Como sempre, retorno com uma única certeza: a França não é mesmo um bom exemplo para o Brasil. Faz 12 anos que a direita está no poder e quase não houve privatizações. Direitos sociais não forem abolidos. Mesmo um professor de segundo grau que ganhe 1,8 mil euros (salário médio francês; o mínimo anda em torno de mil euros) tem direito a ajuda pública para alugar um apartamento de quatro quartos (800 euros) onde possa abrigar dignamente a sua família. Se tiver três filhos, então, receberá todo o tipo de apoio institucional.

Ninguém chama isso pejorativamente de assistencialismo. De resto, os franceses acham que praticar assistencialismo é uma obrigação governamental. desenvolvimento e criação de empregos são fundamentais. Mas, enquanto o trabalho não chega, o governo deve alojar e alimentar os que precisam. Deve ser por isso que a França vai tão mal e não consegue passar da quinta (ou quarta) economia mundial. A proteção social na Alemanha é ainda maior. Países assim dão educação, da maternal à universidade, gratuita e em turno integral. Péssimo exemplo. Boa parte dos franceses quer mudar e pensa em eleger uma mulher presidente da República. Acham que o estado atual não dá suficiente atenção aos problemas sociais.

Não é por acaso que muitos franceses admiram o nosso presidente operário e não poupam termos elogiosos ao Bolsa-Família. A França é mesmo um péssimo exemplo para a nossa direita. Não consegue ser neoliberal. Além disso, a corrupção dá cadeia. O pior mesmo da França é a mídia. Essa é realmente um exemplo nefasto para o Brasil. Imaginem que a mídia francesa costuma defender os direitos sociais (aqui chamados de “privilégios”) e considerar essencial o papel do Estado para a igualdade e equilíbrio sociais. Esses franceses não são sérios. O grande jornal Libération está em crise. O concorrente, Le Monde, clama na sua primeira página pela ajuda e pela salvação do oponente. Sem contar que a crise do Libé é discutida nas suas próprias páginas, inclusive com especulações sobre nomes de possíveis diretores capazes de salvar o jornal. Péssimo exemplo!"

quinta-feira, novembro 09, 2006

Bush e o Caixote

A campanha política é tão empolgante aqui no Brasil quanto é nos EUA. Político é tudo igual, só muda o dedinho.

Se liga no gordinho.


O gordinho me lembrou a piada de um garoto que acompanhava um comício.
Era um político sobre um caixote falando paras pessoas numa praça. Lá pelas tantas as pessoas começam a ir embora, e o local fica vazio: apenas o político falando e o garoto olhando. O político, então, elogia o garoto, dizendo que se trata do futuro da nação, e que o país está salvo, pois um menino daquela idade ao invés de estar brincando, está aprendendo com um homem público, blá, blá, blá. O garoto então diz: “Não é isso não, tio. É que eu quero o meu caixote de volta.”

terça-feira, novembro 07, 2006

Eu Levo ou Deixo ?!?

EU LEVO OU DEIXO?

Diz a lenda que Rui Barbosa ao chegar em casa um certo dia ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou que havia um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:

"Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da
minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, diz;
"Dotô, eu levo ou deixo os pato?"