Mídia corporativa
Quando é que a imprensa brasileira vai ser isenta de verdade. Estou cansado de só receber meias notícias e ter sempre que decifrar o que está por detrás das manchetes dos jornais.
Quando leio que tal ministro deve sair, faço um exercício de raciocínio e tento ver onde esse ministro não agrada, em que ocasião ele ‘comprou briga’ com a imprensa, etc. Quando leio algo de positivo sobre alguém, imagino os interesses que há por trás das ações desta pessoa, e assim por diante. Pode parecer paranóia minha, mas com o tempo agente se acostuma a ler nas entrelinhas, e se dá conta de que não recebe notícia de verdade, mas só informações distorcidas que interessam a alguém ou a algum grupo econômico.
Vale lembrar o caso ‘Filho de FHC’. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve um affair com a jornalista da Globo Miriam Dutra, e do romance nasceu um filho. Isto tudo durante a campanha para presidente, em 1994. A jornalista foi exportada para a Espanha. Toda a imprensa sabia do fato, mas ninguém noticiava nada, pois diziam que não era um ‘fato relevante’. Em contrapartida, durante a mesma campanha, a imprensa ‘desenterrou’ uma ex-namorada do Lula, que ‘achava’ que o filho dela era fruto do namoro com o ex-operário. Isso virou notícia relevante.
Mas esse é só um exemplo dentre vários.
Está em alta, principalmente no RS, a discussão sobre a destruição de laboratórios e viveiros da Aracruz Celulose por parte de integrantes (mulheres) da Via Campesina.
A mídia sempre mostra uma imagem positiva desta multinacional, divulgando suas ações em tecnologia e pesquisa, que veio trazer desenvolvimento para o nosso país, que vai criar empregos, que gerará receita, que pagará impostos, que será benéfico, que isso, que aquilo, que um monte de coisas.
Agora, a Aracruz pousa, com a conivência da imprensa, de vítima dos vândalos do MST, e mais uma vez não é divulgada a notícia desde o início.
Em janeiro deste ano, 120 agentes da Polícia Federal, utilizando helicópteros e máquinas da Aracruz Celulose, invadiram aldeias indígenas, prendendo e ferindo pessoas e ateando fogo em suas casas, no município de Celulose-ES, a fim de cumprir mandado de reintegração de posse. A ação foi totalmente ilegal, pois não foram avisados a Comissão de Caciques, a Funai e o Ministério Público. Mas isso não vira manchete, nem gera debate. A maioria da população desaprova as ações do MST, mas desconhece os abusos causadores dessas ações.
Por que todo dia sai uma notícia ou comentário sobre a destruição dos laboratórios, mas nunca saio nem uma notinha sobre o ato arbitrário da Polícia Federal ?!?
Ainda em janeiro deste ano, Misilvam Chavier dos Santos, conhecido figurão do PSDB de Tocantins, foi preso com 500 quilos de cocaína, mas o caso foi abafado pela imprensa, apesar de ter sido noticiado no jornal argentino La Nación. E quem noticiou não comentou a filiação partidária do traficante.
Sempre o tal interresse por detrás da manchete.
Fonte: jornalista José Arbex Jr.
Quando leio que tal ministro deve sair, faço um exercício de raciocínio e tento ver onde esse ministro não agrada, em que ocasião ele ‘comprou briga’ com a imprensa, etc. Quando leio algo de positivo sobre alguém, imagino os interesses que há por trás das ações desta pessoa, e assim por diante. Pode parecer paranóia minha, mas com o tempo agente se acostuma a ler nas entrelinhas, e se dá conta de que não recebe notícia de verdade, mas só informações distorcidas que interessam a alguém ou a algum grupo econômico.
Vale lembrar o caso ‘Filho de FHC’. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve um affair com a jornalista da Globo Miriam Dutra, e do romance nasceu um filho. Isto tudo durante a campanha para presidente, em 1994. A jornalista foi exportada para a Espanha. Toda a imprensa sabia do fato, mas ninguém noticiava nada, pois diziam que não era um ‘fato relevante’. Em contrapartida, durante a mesma campanha, a imprensa ‘desenterrou’ uma ex-namorada do Lula, que ‘achava’ que o filho dela era fruto do namoro com o ex-operário. Isso virou notícia relevante.
Mas esse é só um exemplo dentre vários.
Está em alta, principalmente no RS, a discussão sobre a destruição de laboratórios e viveiros da Aracruz Celulose por parte de integrantes (mulheres) da Via Campesina.
A mídia sempre mostra uma imagem positiva desta multinacional, divulgando suas ações em tecnologia e pesquisa, que veio trazer desenvolvimento para o nosso país, que vai criar empregos, que gerará receita, que pagará impostos, que será benéfico, que isso, que aquilo, que um monte de coisas.
Agora, a Aracruz pousa, com a conivência da imprensa, de vítima dos vândalos do MST, e mais uma vez não é divulgada a notícia desde o início.
Em janeiro deste ano, 120 agentes da Polícia Federal, utilizando helicópteros e máquinas da Aracruz Celulose, invadiram aldeias indígenas, prendendo e ferindo pessoas e ateando fogo em suas casas, no município de Celulose-ES, a fim de cumprir mandado de reintegração de posse. A ação foi totalmente ilegal, pois não foram avisados a Comissão de Caciques, a Funai e o Ministério Público. Mas isso não vira manchete, nem gera debate. A maioria da população desaprova as ações do MST, mas desconhece os abusos causadores dessas ações.
Por que todo dia sai uma notícia ou comentário sobre a destruição dos laboratórios, mas nunca saio nem uma notinha sobre o ato arbitrário da Polícia Federal ?!?
Ainda em janeiro deste ano, Misilvam Chavier dos Santos, conhecido figurão do PSDB de Tocantins, foi preso com 500 quilos de cocaína, mas o caso foi abafado pela imprensa, apesar de ter sido noticiado no jornal argentino La Nación. E quem noticiou não comentou a filiação partidária do traficante.
Sempre o tal interresse por detrás da manchete.
Fonte: jornalista José Arbex Jr.
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